quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A graça do ordinário


Quando ouvimos a palavra utilizada no título deste escrito, a tendência é pensar pejorativamente, porém ao verificar no dicionário Michaelis, duas das definições desta palavra são: 1O que é habitual. 2Modo habitual de viver ou de proceder. Portanto, ordinário refere-se aquilo que é comum, frequente.
E ao pensarmos na vida, convenhamos, ordinário é uma palavra que tem muito a ver com ela. A vida é cheia de repetições, de rotinas. Todos os dias: dormimos, acordamos, comemos, estudamos/trabalhamos; ou seja, a maior parte do nosso tempo é constituída daquilo que constantemente vivenciamos. E sabe o que acontece? Muitas pessoas se cansam, estressam, rompem relacionamentos porque não aguentam mais a rotina... A questão é: como encontrar graça no ordinário?
Creio que a resposta para esta pergunta está mais ligada ao modo como enxergamos a vida do que a maneira como procedemos. Aliás, a nossa perspectiva vai determinar nossas iniciativas. Aprendendo com o Mestre e Autor da Vida, observemos algumas de suas atitudes.
1.    Contemplação: “Observem as aves do céu...” (Mateus 6.26). Este é apenas um exemplo das muitas vezes que Jesus ensina-nos a contemplar a natureza e tudo aquilo que nos cerca e enxergar o milagre divino ao nosso redor e ser grato por isso.
2.    Viver o presente: “Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.” 
(Mateus 6:11).
Ele também nos ensina a viver um dia de cada vez. O presente não precisa ser uma repetição do passado, e nem um aguardar do futuro. Hoje é uma oportunidade nova para fazer diferente, para ser intenso, para abandonar a passividade e recomeçar a escrever a própria história.
Que você aprenda com Cristo a extrair o extraordinário do ordinário e viver a vida vividamente.
Gustavo M. Santos

domingo, 10 de fevereiro de 2013

A falha do verbo TO BE


O verbo “TO BE” – que acredito ser considerado o mais conhecido da língua inglesa – pode expressar dois significados: ser ou estar. Entretanto, você consegue observar o abismo que separa essas duas traduções? Para exemplificar, vejamos o que o Paulo escreve na carta aos Filipenses 4.4: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!”
Este é um dos escritos conhecido como epístolas da prisão, ou seja, o apóstolo a redigiu quando estava encarcerado. Paulo instrui aos seus leitores acerca da alegria enquanto passava por momentos difíceis, preso justamente por falar em nome do Senhor – o mesmo por meio de quem ele fala para nos alegrarmos. A grande questão é que este homem não estava, mas era alegre.
A pergunta que eu lhe faço a esse respeito é: você é feliz? Podemos estar felizes por aproximar-nos de mais um final de semana, por ocasião de um feriado prolongado, por conseguir algo que almejávamos ou qualquer surpresa inesperada. Todavia, geralmente o estado de euforia é passageiro e ao nos depararmos com alguma dificuldade, podemos ter a sensação de que tudo parece desmoronar...  
Jesus parece ter o remédio para solucionar este problema. Se a alegria pode ser interrompida por aquilo que rouba a nossa paz, ele diz: Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbem os seus corações, nem tenham medo”. (João 14.27)
A paz que excede todo entendimento. A alegria que independe de circunstâncias. A inquietude que se cala diante da confiança em algo maior. O medo que se dissipa quando ouve um sussurrar divino. O Verbo que muda o sentido da vida: do estar para o ser feliz, e que convida todos para experimentarem da sua plenitude.
Gustavo M. Santos

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Uma dívida de gratidão (baseado em Lucas 17.11-19)


Conta a história que dez homens sofriam de lepra. Esta enfermidade feria o indivíduo das mais diversas maneiras:
* fisicamente, já que gerava feridas mal cheirosas e purulentas que, com o tempo, iam se espalhando e corroendo todo o corpo;
* socialmente, porque era isolado do convívio com as outras pessoas, do qual nem mesmo a própria família os visitava;         
* emocionalmente, pois mediante a situação, não havia sonhos, futuro ou esperança, apenas um aguardar da morte;                     
* espiritualmente, visto que a doença também tinha a conotação de impureza e pecado, nem mesmo no templo era permitido que entrassem.
Apenas um milagre poderia transformar a situação das pessoas e exterminar a lepra de suas vidas. E quando Cristo se aproxima, é possível enxergar a luz no fim do túnel. A misericórdia alcança aqueles homens! Uma bela história se assim terminasse... Mas ela continua, e o texto relata outra lepra que assolava nove dos dez homens: a INGRATIDÃO. Apenas um voltara para agradecer Jesus, sendo este samaritano (lembrando que este povo era rival dos judeus). Não é um absurdo?! Eles não receberam um copo de água, mas a vida de volta!
A verdade é que temos facilidade em criticar, mas muita dificuldade em elogiar, em sermos gratos. Costumamos colocar flores sobre o caixão e caminhar com pedras nas mãos... Você lembra quem esteve ao seu lado em momentos difíceis da sua vida? Ou de alguém que lhe fez um favor quando você tanto precisava? E de que forma você correspondeu essas atitudes?
O desafio que proponho é o exercício da gratidão, dívida esta que não é pagável com juros monetários, mas com nobreza de caráter, de espírito, de coração; porque a gratidão não é fruto da felicidade, mas a felicidade é consequência da gratidão. 
Gustavo M. Santos